quinta-feira, 1 de julho de 2010

ANTÍDOTO

O que vou dizer acerca da literatura é, evidentemente, válido para toda a arte. Mas, num blogue acerca de livros, não fica mal recordar que a literatura em especial é um antídoto eficaz contra a xenofobia.

Porque, perante o madrileno arrogante que me grita aos ouvidos, numa loja de Madrid, posso sempre pensar: «Estes espanhóis são tramados!»; ou suceder-me digerir dificilmente que a selecção espanhola nos tenha eliminado do Mundial. Mas, por muitos preconceitos que a relação quotidiana com los hermanos alimente, nada me fará não amar o povo em que foi produzido D. Quijote de La Mancha.

O ponto é este: português ou não, trago o Quijote dentro de mim. É património meu. Faz parte do que sou: de como olho, de como sinto, de como penso. E, claro, nessa medida, Cervantes é meu irmão.

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