quarta-feira, 20 de outubro de 2010

BIBLIOTECAS CHEIAS DE FANTASMAS

«Em cada livro que se abre pela primeira vez há um efeito de "cofre arrombado". Sim, é exactamente isso, o leitor frenético é como um assaltante que passou horas e horas a escavar um túnel para chegar à sala de cofres de um banco. Ele encontra-se diante de centenas de cofres todos parecidos e vai abrindo-os um a um. De cada vez, o cofre finalmente aberto perde o seu anonimato para se tornar único: há um que tem quadros lá dentro, outro esconde maços de notas, um outro jóias, ou cartas atadas com uma fita, gravuras, objectos sem valor, baixelas de prata, fotografias, moedas antigas, flores secas, dossiês, copos de cristal, brinquedos de criança etc.»

Jacques Bonnet, Bibliotecas Cheias de Fantasmas

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